segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
Informação de Última Hora
Um dos traficantes foi já hoje deportado para Portugal por ter alegadamente cometido crimes idênticos, no seu país de origem.
O historial deste indivíduo em tráfico e consumo de substâncias à base de cacau é extenso.
A sua companheira, também envolvida neste caso, continua a ser ouvida. Suspeita-se também de tráfico de bacalhau, enchidos e vinho do Porto; vindos de Portugal com destino à Finlândia.
Além destes casos de tráfico, esta mulher residia à 4 meses e meio na Finlândia, em que o último mês e meio foi de forma ilegal (visto não ter declarado às autoridades que ficaria no país por mais de 3 meses e pago a respectiva licença). Por tudo isto, na próxima segunda feira será também deportada para Portugal.
domingo, 10 de dezembro de 2006
Contrabando da Finlândia para Portugal via Londres- Stansted
Foram também apreendidos 3 telemóveis e 4 cartões Multibanco/VISA e os 10 euros que restaram aos traficantes depois do negócio de aquisição.
Sabe-se que todo este carregamento seria para distribuir por Portugal continental, particularmente na zona de Coimbra.
Os cabecilhas desta organização foram encontrados com os beiços castanhos e a mesma substância entre as unhas e pontas dos dedos, supostamente depois de provarem a mercadoria e não terem conseguido parar... O casal, encontra-se agora sob custódia judiciária e recusaram-se a falar porque tinham a boca cheia.
Voltaremos com mais notícias assim que se justificar.
terça-feira, 7 de novembro de 2006
domingo, 5 de novembro de 2006
EILC - O Resumo
EILC Oulu 2006 |
No fim de Agosto e depois da viagem a Kuusamo, acabou o curso e as pessoas separaram-se pelos cantos da Finlândia.
Durante todo o curso, a música dos Green Day "Time of Your Life" não me saiu da cabeça, e sempre achei que essa música resumia tudo o que estava a sentir.
Então, cheguei a Kuopio e resolvi juntar todas as fotografias em grupo e mais algumas e coloca-las em forma de filme com a música como banda sonora.
E aqui está o resultado!
quinta-feira, 2 de novembro de 2006
Helsinki, o jogo de Portugal e o piercing no nariz
Não sei qual é a piada de festejar um golo da Finlândia...
Viagem a Kuusamo - A História
Sexta-feira 26 de Agosto tivemos o exame de Suomea logo de manhãzinha. Depois de almoço fomos ao centro de Oulu buscar 6 carros que tínhamos reservado para esse fim-de-semana. Eu era a única condutora no meio dos 5 rapazes e ficaram todos impressionados com a minha condução, não porque guiasse como os portugueses, mas porque conduzia bem, com segurança e sem ser paspalhona, pronto conduzia um bocadinho pó rápido mas com segurança.
Bem, alugámos os carros para irmos passar o fim-de-semana a Kuusamo, perto da fronteira com a Rússia, na Lapónia. Quanto à dormida só sabíamos que a casa dava para 26 pessoas e que era 12€ a cada um por noite. No meu carro ia eu, a Karolina (polaca), a Kerstin e Jasmin (alemãs) e a Diva (lituana) - o carro das miúdas fixes!
A viagem correu bem, e quanto a isso só tenho a acrescentar que as renas são malucas! E quando aqui vemos sinais com aviso de renas na estrada não é o mesmo que em Portugal ver sinal de vacas ou ovelhas. Aqui se há sinal, há mesmo animais. E estas renas não têm medo nenhum dos carros. Se lhes apetece atravessar a estrada nem pensam duas vezes e demoram o seu tempo. Vimos imensos lagos no caminho, como seria de esperar, e todo o tempo da viagem parecia que ia no Alentejo. Sempre em frente, sem nenhuma curva e sempre plano.
Chegámos a Kuusamo e depois a Ruka, a aldeia onde ficámos. Ruka é uma aldeia que vive basicamente do Inverno e da estância de ski. Quando chegámos vimos a casa por fora, estacionamos os carros e abrimos a porta.
Não queríamos acreditar!!! Tudo novíssimo. 6 Meses no máximo. Quartos de 2, 3 e 4 camas. Cama para todos. Sofás, poltronas, plasma, lareira, karaoke, cozinha completamente equipada, sauna dentro de casa e só para nós…que mais posso dizer. Ficámos boquiabertos e só por 12€ a noite! Claro que foi tão barato porque estávamos no fim de Agosto, a época baixa para aquela estância. Seja como for não queríamos sair dali nunca mais. Só queríamos passar o erasmus todos juntos naquela casa e naquela natureza e paisagem.
Primeira noite comemos sandochas, bebemos vinho verde que eles não acreditavam que pudesse existir e que era o mesmo que branco. As meninas beberam licor e os meninos enfiaram-se que nem parvos na cerveja.
Como já disse a casa tinha karaoke, dois micros e grandes colunas. Primeiro começamos pelo karaoke e devo-vos dizer que não há nada melhor que uma boa canção finlandesa.
Eu que já estava meia doentinha antes de ir, o que foi agravado pelo ar condicionado do carro, fiquei sem voz depois do karaoke. Então apoderei-me de um dos microfones e andava sempre a fazer coisas estúpidas do género: “ Martin, por favor traz-me uma cerveja do frigorífico!”, “Pascal, veste umas calças!” (o menino pascal gosta muito de andar de boxers), “ Andreu, saí de cima da Jasmin” e “Vika, por favor fecha a porta da varanda.”. Resumindo se queria que me ouvissem tinha de usar o microfone, porque com a voz já lá não ia. Claro que passado duas horas eles deixaram de achar piada e tiraram-me o microfone. Tomou posse o Pascal que andava de “país” em “país” a pedir para cantarem uma musica na língua mãe. Bebemos, fumamos chicha e fomos para a caminha.
Na manha seguinte foram todos fazer rafting e eu como nem voz tinha e já estava fresquinho nessa altura achei que se não queria uma pneumonia não devia ir. Fui ao centro de Kuusamo com a Karolina e a Kerstin. Fomos a uma farmácia porque entretanto no pequeno-almoço cortei um bife ao dedo e precisava de alguma coisa para desinfectar. E ficam a saber que se precisarem de álcool como nós temos em Portugal… esqueçam. Não há. Nem para assar chouriços. Comprei uma coisa manhosa. Desinfectou é o que interessa. A Karolina estava doentinha e na farmácia mandaram-na ir ao hospital, lá fomos nós. Aqui nos hospitais algumas das urgências têm hora marcada. Como sabiam que já tinham muita gente a frente dela, era fim-de-semana numa cidade e hospital pequeno e aquilo era a nível dermatológico, mandaram-na lá voltar as 18h30. Fomos às compras para todos os 26, e depois directamente para casa preparar a janta.
Nessa noite fiz dois daqueles bolos que levam
No quarto das miúdas fixes (eu a Kerstin, a Jasmin e a Karolina) houve muita risota e palermice antes de adormecer.
No domingo a seguir ao pequeno-almoço fomos subir a montanha.
Para a janta fiz uma Pasta com salmão e os italianos fizeram também uma Pasta de Perugia. A polaca fez tarte de mirtilos e o alemão tarte de queijo. Foi giro no final o pessoal chegar ao pé dos italianos e dizer: “ Eh pá a vossa pasta estava demais! A outra estava um bocado seca, mas a do salmão…!” e os italianos, todos lixados responderem: “ pois, mas a do salmão é a que a Rita fez!” (claro que eles são rapazes e nunca tinham vivido fora de casa, agora passado 3 meses, a lasagna de um deles, põe a minha a um cantinho, com uma pinta...). Deliraram com as Natas do Céu e choveram mais uns quantos pedidos de casamento.
Nessa noite um dos carros foi embora, porque preferiu fazer a viagem de noite, em vez de acordar cedo. Confesso que de manhã quando fiz a viagem de volta essa também me pareceu uma boa ideia. Nunca na vida tinha visto tal nevoeiro… mas a viagem correu bem e chegámos sãos e salvos.
As fotografias podem encontrá-las no post intitulado: Kuusamo - Os melhores dias na Finlândiasábado, 21 de outubro de 2006
ESTÁ A NEVAR LÁ FORA!
sexta-feira, 29 de setembro de 2006
Viagem a Rovaniemi - A História
Na viagem a Rovaniemi tínhamos como plano sair de Oulu as 7h da matina, mas como os franceses são uns atrasados acabamos por sair quase as 8h. Chegámos à aldeia do Pai Natal no Círculo Polar Árctico as 10h55. E fomos direitos a casa dele para o vermos… Só que aqui a Rita, assim como mais uns quantos patos, ficou a tirar fotos à linha que mostra o círculo polar árctico, e a mais umas placas e tal. Resultado quando cheguei lá a bestinha estava a almoçar. Pizza, por sinal, que eu bem vi uma mulherzinha entrar com uma caixa na mão. Resultado, não tenho nenhuma fotografia com o Pai Natal nem lhe pedi as prendinhas deste ano (ainda) mas tenho umas belas fotos (como podem ver no post anterior) da minha perna a atravessar a merda do risco no chão!!! Fiquei fula! Que raio, quase toda a gente o viu e uns quantos ainda têm fotos com ele e eu…népia! Haviam de ver as minhas trombas nas fotografias seguintes…
Bem, deixando o Pai Natal, fomos almoçar rena no museu não sei quê árctico. Tinha um puré com um molho gorduroso escondido no meio, rena por cima do puré, pepino em pickles e groselhas para desenjoar toda a gordura do molho. Foi a minha primeira refeição maravilha na Finlândia, sem contar com as que eu cozinho é claro. Rena é boa, é mais ou menos parecido com avestruz, e um bocadinho com cabra, se bem que não tem nada a ver... Depois fomos para a loja do museu experimentar coisas estúpidas e caríssimas como aquele tapa orelhas a imitar corninhos de rena, que eu bem queria mas que custava a modesta quantia de 60€, e os “chapéus”, ou que raio era aquilo, de ursos polares. A seguir a isto apanhamos uma valente seca no museu com uma guia que mal falava inglês.
Depois do museu e de comermos rena fomos visitar uma quinta de renas e alimenta-las. E ao contrário da mulher do museu este homem foi mesmo simpático e divertido connosco. Vestia um traje típico da Lapónia. Mandou-nos entrar para uma tenda como as dos esquimós. Sentamo-nos todos à volta da fogueira e depois ele começou a perguntar-nos de onde éramos. E como é óbvio vínhamos todos do sul, comparando com ele. O traje da Lapónia tem um chapéu com quatro bicos e ele contou-nos a história do chapéu. Um dia, quando os quatro ventos do mundo sopravam todos ao mesmo tempo criando o caos na terra, surgiu um mago e prendeu os quatro ventos no seu chapéu, um em cada ponto. E depois os ventos gritavam: “Oh, por favor, deixa-nos sair daqui, deixa-nos soprar e ser livres, fazemos tudo o que quiseres!” e o mago respondeu-lhes: “Se querem ser livres, depois de eu vos soltar só podem soprar um de cada vez. E caso voltem a soprar todos ao mesmo tempo, eu volto a prender-vos e nunca mais vos solto!”, e os ventos aceitaram o pacto, e desde aí que cada um sopra na sua devida altura. Depois desta história ele explicou-nos que como vínhamos todos do sul, tínhamos todos a alma impura, mas que ele nos ia limpar a alma. Só que para nos limpar a alma tinha de ser com uma faca, mas que não nos preocupássemos que ele desinfectava a faca de cada vez que a utilizava. Então ele pôs a grande faca na fogueira e a seguir limpou às calças. Começou a entoar uns cânticos e mandou-nos baixar a cabeça quando se aproximava de nós. A faca não era afiada, e o que ele fazia enquanto cantava era passar-nos a faca pela nuca, uma vez, e com a outra mão deixava cair umas gotas de um líquido, que não faço ideia do que seria, mas penso que era só para nos assustar para pensarmos que era sangue e que nos tinha cortado. Fez isso a todos e disse que a nossa alma estava quase pura. Mas para ficar completo e conhecermos as renas, tínhamos de nos assemelhar a elas, então pôs um grande pau na fogueira e de seguida passava os dedos pelo carvão do pau e marcava-nos os corninhos na testa. O que não nos tinha dito era que só deveríamos tirar aquilo 6 horas depois. Resultado, andei em lojas e supermercados, bem como na rua em Rovaniemi, com manchas de carvão na testa, mas sinceramente não me importei porque há coisas que só se fazem uma vez na vida, e limpar a alma com certeza é uma delas J!
Conhecemos as renas, alimentamo-las e uma até me espirrou na mão, o que devo dizer que não é muito agradável. Mas elas são muito meigas, e calminhas, se bem que aqueles corninhos grandes impõem respeito.
Deixámos as renas que tínhamos um jogo de Pesäpallon (basebol finlandês) marcado com a turma que estava a aprender finlandês em Rovaniemi.
Claro que nós já tínhamos jogado umas quantas vezes, sabíamos as regras e dominávamos a cena por completo. Eles não tanto. Ganhámos 14-1. E o ponto foi só porque as professoras vieram falar connosco a dizer que eles não eram assim tão adultos para perder a zero… mas ganhámos e por muitos. Eu bati a bola e corri! Foi aqui que conheci o Miguel, outro português perdido na Finlândia. E por estranho que pareça quando encontramos aqui um português, parece que nos conhecemos desde sempre.
Nessa noite dormimos nuns bungalows muito fixes, a beira de um lago, todos em filinha, com a churrasqueira atrás e a sauna junto ao lago.
Fiz sauna e claro corri para o lago gelado. E quando digo gelado não estou a falar da água quentinha da Figueira da Foz… estou mesmo a dizer gelado.
O Miguel e mais uns amigos dele de Rovaniemi foram connosco para lá, e depois da sauna começamos a fazer o habitual churrasco. Eu que tinha levado dois chouricinhos fiz a alegria do Miguel. Um foi quase repartido pelas mais de 30 pessoas que lá estavam, e o outro foi para nós os dois matarmos saudades.
A meio da noite, à volta da fogueira a falar vi pela primeira vez a aurora boreal. Tentei tirar fotografias mas nada de jeito. Então lá tive de telefonar ao expert em fotografia que me deu umas boas dicas. O resultado foi a fotografia uns quantos posts abaixo.
Dormimos! De manhã fomos ao jardim zoológico da zona e vi animais característicos daqui. Ursos castanhos, ursos polares, alces, renas, lobos, e animais mais pequeninos e mochos e corujas, muitos mochos e corujas diferentes, umas quantas águias também.
Almoçamos no restaurante ao pé do zoo e como era self-service e o pessoal é um esganado de fome, comemos até rebentar. Comemos de tudo e houve até quem comesse as natas de por no café com chocolate em pé e bolachinhas para sobremesa… não é que eu as alemãs e a polaca não tenhamos feito a mesma coisa, mas ao menos foi só uma tacinha para as quatro.
A seguir ao almoço voltamos para Oulu. Cansados do pouco que dormirmos e de tudo o que fizemos, além do intensivo jogo de Pesäpallon, claro que no autocarro vinha quase toda a gente a dormir, e é obvio que digo quase porque há sempre aquele engraçadinho que tirar fotografias quando os outros dormem que nem uns anjinhos.
E foi assim a minha viagem à terra do Pai Natal.
Ps» ok, a viagem foi à mais de um mês e eu peço desculpa por só agora contar as coisas…
Mas prometo que serei mais breve quanto à viagem a Kuusamo e a Helsinki.